Entenda como surgiu e se desenvolveu a função do box-to-box no futebol e seu uso no contexto atual
O futebol se moderniza e passa por pequenas revoluções a cada década. Com isso, novos conceitos surgem, alguns dentro dos sistemas táticos e funções de jogadores em campo. Foi assim que surgiu a expressão box-to-box.
Continue lendo este artigo do blog da Betnacional e entenda tudo sobre o assunto.
Apesar de ter ganhado mais espaço nas últimas 2 décadas, esse tipo de função foi criada em 1960. O técnico inglês Alf Ramsey, campeão mundial em 1966 com a Inglaterra, criou o sistema 4-4-2. Nesse formato, os meio-campistas atacavam e defendiam. Uma dupla função.
Através dessa nova formatação, com o 4-4-2 posto como um padrão nos times nos anos 2000, o box-to-box se destacou. Uma função que representa uma das modernizações do futebol, com um jogo mais rápido, físico e compacto.
Também chamado de meio-campista área a área, o atleta que faz a função cobre uma grande parte no campo. Ajuda bastante defensivamente e também contribui na fase ofensiva. Assim, se torna um homem a mais no ataque e participa com gols e assistências. Quer entender melhor as posições do futebol e a função de cada uma em campo? Separamos um guia para você ficar por dentro do assunto.
O box-to-box também possui abreviações na Inglaterra. B2B (box “two” box) ou BBM (box-to-box midfielder). Mas nem todo jogador que tenta, consegue desempenhar a função. É primordial que o atleta seja bom nas duas funções. Um verdadeiro “motorzinho” do time.
A evolução do futebol e o espaço que ganhou a função do box-to-box
A criação do box-to-box em 1960 representou uma revolução no futebol, principalmente pela chegada do 4-4-2. Entretanto, ele demorou um pouco a ser algo tão utilizado como é atualmente.
Muito disso se dá pela evolução do futebol. Conforme o jogo se tornou mais físico e mais rápido, esse tipo de atleta ganhou espaço.
Aqueles jogadores mais técnicos, de visão apurada e “classe”, mas sem intensidade, foram mais preteridos e deixaram lacunas, que os box-to-box aproveitaram.
Não é em todo modelo de jogo que um jogador dessa função se adapta. O principal exemplo é do “tiki-taka”, tão utilizado pelo Barcelona, principal expoente desse modelo no mundo.
Com um time que preza pela ocupação de espaços e posicionamento mais rígido, um box-to-box não se encaixa. No estilo do Barça, com ocupação de espaços delimitados dentro do campo, o time roda conforme a bola atravessa o campo. É uma maneira diferente de jogar.
Ainda assim, modelos de jogo mais verticais, que circulam a bola com rapidez e permitem maiores deslocamentos com a bola, precisam de um box-to-box. Nos anos 2000, já havia equipes assim, mas principalmente na base do 4-4-2.
De 2010 para cá, com a maior utilização do 4-3-3 e 4-1-4-1, o jogador com essas características também passou a ser ainda mais necessário. Várias equipes contam com um atleta com boa qualidade técnica, vigor físico e noção tática.
Como joga um box-to-box?
Alguns dos atributos físicos e também características do box-to-box já foram citadas aqui. Mas, em geral, há algumas regras que regem o que deve fazer um atleta da função.
Por exemplo, o box-to-box precisa ter uma boa leitura de jogo para interceptar passes, realizar desarmes e ter um passe aprimorado. Seja para toques curtos e rápidos, ou lançamentos longos.
O atleta dessa função costuma aparecer bastante na frente da área e apoiar a criação de jogadas. No modelo mais clássico do box-to-box, o jogador não infiltra tanto assim na área.
Contudo, nomes clássicos como Steven Gerrard e Frank Lampard, tiveram um alto número de gols e assistências na carreira. Ou seja, com maior poder ofensivo.
Mas também o poder de proteção da zaga é altamente diferencial para este meio-campista. Muitas vezes auxilia o volante de maior poder de marcação.
É preciso ter a capacidade de saber destruir a jogada adversária ainda na sua origem. Exemplos desse tipo de jogador, ainda mais os consagrados no futebol mundial, não faltam.
Exemplos de box-to-box no futebol mundial
Grandes exemplos de box-to-box surgiram no futebol mundial. Na Inglaterra, local do seu surgimento, trouxe algumas das grandes referências. Três grandes clubes, Liverpool, Chelsea e Manchester United tiveram ídolos na função.
No Liverpool, o capitão Steven Gerrard marcou uma geração. Ele é um dos grandes nomes da função e assim a desempenhou na Seleção Inglesa. Um verdadeiro sinônimo de identificação com a camisa que veste, e que também a amou.
No Chelsea, Frank Lampard foi mais uma referência tática e técnica. Ele também empilhou troféus e foi destaque entre os convocados para o time nacional. Com gols importantíssimos e grandes atuações, é o maior ídolo dos Blues.
Enquanto que Paul Scholes foi o representante do Manchester United. Mais um grande ídolo no clube, viveu um período de várias conquistas no fim dos anos de 1990 e a década de 2000. Também esteve presente na Seleção da Inglaterra e mostrou sua qualidade por lá.
Mais recente, esteve o alemão Bastian Schweinsteiger, craque do Bayern de Munique e tetracampeão mundial com a Alemanha em 2014. Ele tinha grandes atributos em campo e aparecia em todo o lado, com sua versatilidade e classe. Seja na defesa ou no ataque. Falando nisso, você sabia que esses times fazem parte do chamado “The Big Six“? Conheça outros clubes da Premier League que formam esse grupo!
Box-to-box do futebol atual
Hoje em dia, essa função não ficou tão restrita ao futebol inglês. Surgiram atletas com essas características em diferentes países, que ganharam espaço em locais com cultura futebolística que apresenta outros aspectos.
Todos os destaques, inclusive, podem ser vistos dando show na Champions League.
O chileno Arturo Vidal é um exemplo. Jogador viril, que não há bola perdida para ele. Ainda assim, isso não diminui sua qualidade técnica. Ótimo passador e que sabe desafogar o time em situações de pressão.
Na Inglaterra, os franceses Paul Pogba, do Manchester United, e N’golo Kanté, do Chelsea, são outros nomes.
O atleta dos Red Devils é uma referência técnica e é muito diferenciado com a bola no pé. Apesar disso, a falta de intensidade em alguns momentos o complicou neste momento da carreira.
Questão que não falta ao baixinho Kanté. Originalmente primeiro volante, jogador de maior contenção defensiva, ele passou a jogar mais adiantado no Chelsea nas últimas temporadas e deu certo.
Cobre todo o campo, auxilia demais no “perde-pressiona” dos Blues e também é peça-chave na armação de jogadas.
Outro que também tem atuado dessa forma é Jordan Henderson, do Liverpool. Anteriormente um primeiro volante, ele passou a jogar mais adiantado e se adaptou à função.
Capitão dos Reds, se mostra importante no esquema de jogo de Jurgen Klopp e reveza com Naby Keita na função de box-to-box da equipe.
Com certeza, da atual geração, o grande expoente é o croata Luka Modric. Craque do Real Madrid e melhor jogador do mundo em 2018, ele corre como um garoto. Incansável.
Modric preenche todos os espaços do campo e participa de maneira muito efetiva na defesa. É um dos principais articuladores para os contragolpes do Real Madrid. Quando a equipe precisa trabalhar a bola, também faz o jogo fluir e, vez ou outra, contribui com gols.
O meio-campista croata é mais um dos atletas a serem lembrados, para sempre, sobre o que é ser um box-to-box. Uma função que retrata o futebol moderno e que se faz essencial em vários modelos de jogo para serem bem sucedidos.
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