Goleador é dono do posto na maior competição sul-americana há 50 anos
Diversos craques e goleadores natos disputaram a Taça Libertadores da América ao longo das últimas décadas, mas o posto de maior artilheiro da história da competição continental segue pertencendo a um jogador que encerrou a carreira há exatos 50 anos. Trata-se do atacante equatoriano Alberto Spencer, considerado o maior ídolo do futebol do país e detentor de diversos troféus coletivos e individuais. Ao todo, ele marcou 54 gols no torneio.
Spencer iniciou a carreira da mesma forma que a maneira dos jogadores: realizando uma peneira de avaliação. No caso dele, foi levado pelo irmão – também jogador – em 1954, aos 17 anos, para fazer um teste no Círculo Deportivo Everest, clube de Guayaquil, no Equador.
E o então jovem jogador obteve sucesso. Foi aprovado e rapidamente passou a integrar as categorias de base do clube. Mas não demorou muito a chamar a atenção e ser promovido aos profissionais.
No ano seguinte, passou para o time principal, onde estreou em junho de 1955. O primeiro gol, no entanto, demorou uma semana para ocorrer e saiu no dia 7 de julho, diante do 9 de Octubre.
Já o pontapé inicial na contagem de gols internacionais foi dado no começo de agosto daquele ano, diante do Deportes Tolima, da Colômbia. Curiosamente, ambos gols citados acima saíram de cabeça, um dos pontos mais fortes do atacante – no decorrer da carreira, ele ganharia o apelido de ‘Cabeza Mágica’.
Com o passar dos anos, mesmo que jovem, Spencer seguiu balançando as redes adversárias. No fim de julho de 1959, diante do Peñarol, marcou duas vezes e chamou a atenção do técnico do time uruguaio, Hugo Bagnulo. Assim, acabou contratado e marcou época pelo clube nos dez anos em que esteve lá.
O cartão de visita, inclusive, seria um indicativo no que viria pela frente. Logo na estreia, fez três gols na vitória por 6 a 3 sobre o Atlanta, da Argentina, sendo este o primeiro ‘hat-trick’ da história do campeonato. E levantou o troféu da Taça Libertadores logo no primeiro ano.
Ao todo, foram três títulos continentais conquistados pelo Penãrol. Em 1960, a vitória na final ocorreu sobre o Olímpia, com um gol de Spencer. Em 1961, por sua vez, o triunfo na decisão foi sobre o Palmeiras, novamente com o atacante deixando o dele.
A partir daí, o Peñarol ficou quatro anos sem título do torneio, voltando a conquistá-lo em 1966. E com o equatoriano jogando em grande estilo. Na final diante do River Plate, balançou as redes em três oportunidades.
Os títulos, aliás, deram vaga ao clube uruguaio na Copa Intercontinental, reconhecida atualmente como Mundial de Clubes. Onde Spencer também fez história. Na primeira edição que participou, marcou um gol, mas perdeu o título para o Real Madrid. Depois, foi campeão sobre o Benfica, com dois gols na final. Por fim, novamente diante do Real Madrid, anotou três gols e sagrou-se campeão.
Ao todo, nos dez anos em que defendeu o Peñarol, Spencer disputou 70 partidas e marcou 48 gols na Taça Libertadores, registrando a boa média de 0.68 bola na rede por partida. Ele foi o goleador máximo da competição em duas oportunidades: 1962 e 1966.
De saída do time uruguaio, Spencer rumou para o Barcelona de Guayaquil em 1971, retornando ao futebol do país de onde nasceu. E participou de mais duas edições da competição continental.
Em reta final de carreira, no entanto, o atacante brilhou menos. Mas ainda assim deixou a sua marca. Em 18 jogos somados pelos dois anos em que esteve no clube, fez seis gols, mas não conseguiu levar a equipe ao título.
Por seleções
Curiosamente, Spencer defendeu duas seleções ao longo da carreira. Por ter atuado no Peñarol por uma década, conseguiu a cidadania uruguaia e atuou pela celeste olímpica em seis partidas, balançando as redes em duas oportunidades.
Já pelo Equador, onde nasceu, o atacante disputou 11 jogos, com quatro gols marcados.
Carreira de Spencer como técnico
Logo depois que se aposentou, o equatoriano virou treinador de futebol. Mas a carreira durou pouco: apenas dez anos. De 1973 até 1982, passou por sete times diferentes, do Equador, Uruguai e Paraguai. Foram eles, em ordem: Universidad Católica, Emelec, Huracán, LDU, Técnico Universitário, Liverpool e Guaraní. Mas longe de ter o mesmo sucesso que apresentava nas quatro linhas.
Quem é o maior artilheiro brasileiro?
O primeiro brasileiro na lista de principais goleadores da história da Taça Libertadores é o centroavante Luizão, um dos maiores atacantes do país entre os anos 90 e 2000. Com 29 gols divididos, respectivamente, nas passagens por Vasco (oito), Corinthians (15), Grêmio (um) e São Paulo (cinco), ele figura na sexta colocação empatado ao lado do argentino Juan Carlos Sarnari e do colombiano Antony de Ávila.
Em relação aos jogadores brasileiros ainda em atividade, Fred, do Fluminense, possui 25 gols, enquanto Gabigol, do Flamengo, tem 22.